Se dentro do Brasil já existe uma série de critérios a serem preenchidos para que você consiga operar com a sua transportadora, imagine tudo que precisa ser visto antes de começar a atuar no transporte de carga internacional terrestre!
São questões jurídicas, fiscais e até mesmo de logística que precisam ser pensadas com antecedência para que o seu negócio não tropece ao expandir para um novo território.
Por isso, no artigo de hoje, você encontra 5 pontos que não podem ser deixados de lado no seu planejamento para se tornar uma multinacional. Acompanhe!
1. Atenção aos seguros
A cobertura do seu seguro precisa estar de acordo com a sua atividade, seja no transporte de carga internacional terrestre, aéreo ou no modal que for. Afinal, a sua carga não estará ao seu alcance caso algum problema ocorra.
Antes que o veículo saia do pátio, é preciso conferir se, no caso de colisões, o seu caminhão estará coberto. Se não estiver, esse é o momento de mudar de seguradora para garantir que os prejuízos não sobrem para o seu caixa.
Além disso, é importante entender também como proceder no caso de problemas durante o transporte de carga internacional. É preciso acionar a seguradora no seu país ou no território onde o sinistro ocorreu? Há a opção de reportar o ocorrido em português? Garanta que os seus funcionários tenham todos esses processos esclarecidos antes de iniciar suas atividades transfronteiriças.
Ainda no quesito seguros, vale conferir também se a cobertura contratada é ampla (ou seja, oferece proteção completa contra qualquer eventualidade), parcial ou apenas contra danos. É importante garantir que os roubos de carga estejam incluídos na apólice, já que, dependendo do país, as estradas para o transporte de carga internacional podem não ser tão seguras assim.
2. Segurança no transporte de carga internacional
E por falar em segurança, esse é outro dos tópicos que precisa ser estudado com cuidado antes de começar as suas atividades no transporte de carga internacional. Até porque, mesmo contando com seguros, é preciso pagar as franquias sempre que for preciso acioná-los e, se isso for recorrente, a falta de segurança pode comprometer a lucratividade da operação.
Por isso, prepare-se com o máximo de informações possível: conheça o território por onde se pretende trafegar, as principais rotas, quais são as mais perigosas e também os índices de roubos de carga em cada uma das regiões do país estrangeiro.
Outro ponto é que a falta de segurança pode interferir diretamente na escolha do modal adequado. Se o transporte de carga internacional terrestre se torna praticamente inviável por conta do coeficiente de perigo, então pode ser que optar pelo modal aéreo (que possivelmente sairia mais caro) acabe se tornando a única opção.
Dessa forma, o seu desafio é viabilizar financeiramente as operações no estrangeiro, calculando riscos e custos associados a eles.
3. Conheça a documentação necessária para a circulação
Trabalhar no transporte internacional de carga é um desafio até mesmo para quem já é experiente no mercado brasileiro. Isto porque as legislações e exigências são completamente novas para todos os membros da sua equipe envolvidos nas operações.
Por isso, para que as operações tenham início, é preciso ter feito um estudo aprofundado sobre quais são as obrigatoriedades a serem cumpridas em cada país pelos quais a sua transportadora pretende circular. Além disso, uma boa ideia é criar um manual de como emitir cada um dos novos documentos que passam a ser necessários, de forma a orientar os seus funcionários.
Para atuar no transporte de carga internacional terrestre no Mercosul, por exemplo, é necessário o Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador em Viagem Internacional (RCTR-VI). Essa é uma garantia que as empresas têm de que os acidentes que aconteçam nos países do bloco estão cobertos.
Assim como há essa exigência no Mercosul, o mesmo é verdade em diversos outros territórios. Por isso, é fundamental conferir alguns pontos:
- Quais documentos precisam ser emitidos?
- Como é feita a emissão (em que órgão, quanto tempo leva, o que é preciso apresentar, etc.)?
- Qual é o procedimento de apresentação da documentação na Receita Federal para liberação da carga?
Quanto mais essas informações estiverem claras, menores serão os erros e problemas encontrados pelo caminho, até que a transportadora se acostume a operar internacionalmente.
4. A gestão da carga não pode parar
Assim como acontece no Brasil, quando a sua transportadora estiver atuando com o transporte de carga internacional também será preciso garantir uma plena gestão das mercadorias.
Isso envolve diversos fatores, como estações de descarga, embalagens apropriadas, compra de combustível, local para armazenamento da carga, entre outros. Consegue enxergar o que tem por trás de todos eles? Fornecedores!
Para fazer com que a gestão da carga no exterior seja a mais tranquila possível, pesquise a fundo o mercado para encontrar bons fornecedores, que sejam confiáveis e ofereçam uma relação custo-benefício equilibrada. Assim, fica muito mais fácil ter a tranquilidade de atender demandas em outro país, sabendo que tudo está correndo bem.
Outro ponto importante é garantir o rastreamento da carga ao longo de todo o trajeto. Ao selecionar o método de rastreio da sua carga, garanta que seja um que permita o acompanhamento no território estrangeiro também, como um método que conte com GPS, por exemplo.
5. Fique atento às questões fiscais
Atuar no transporte de carga internacional, terrestre ou não, também afeta nas questões fiscais da sua empresa. Por isso, o ideal é que a sua equipe do financeiro esteja informada e preparada para lidar com as demandas decorrentes das operações em outros países.
Primeiro de tudo, é preciso prever em contrato em que moeda o serviço será pago. Mais do que isso, o que determinará a cotação do câmbio entre moedas, isso é, qual será a fonte de consulta oficial da sua empresa para fazer os cálculos de cobranças de serviços em moedas estrangeiras. E o recebimento de dinheiro em outro território, como será feito? Todos esses detalhes precisam receber uma resposta.
O segundo ponto a se atentar são os pagamentos de impostos. Afinal, países diferentes cobram taxas diferentes sobre a mercadoria, então é importante verificar quais são as obrigações da sua empresa para operar sempre de acordo com a lei.
Por fim, é importante entender também de que forma o recebimento de moeda estrangeira impacta as prestações de contas da sua empresa para a Receita Federal. É possível reduzir os custos de maneira legal? Como? Tudo isso deve ser visto para que os valores pagos com impostos não acabem inviabilizando o seu transporte de carga internacional.